Para os amantes da história da origem dos animes no Brasil, eis que uma emissora de televisão deixou muitas saudades. A conhecida TV Manchete, foi a percursora de vários animes que transformaram a vida de muitas pessoas no país.
Durante muitos anos, o Brasil pode contar com animes como: Saint Seya, Sailor Moon, Yu Yu Hakushõ, Shurato e Samurai Warriors; Seriados nipônicos como: Changeman, Flashman, Jiraya, Macross, entre outros.
É de consciência de todos que a terrível tragédia natural ocorrida no Japão deixou o país em um estado de choque, tristeza, terror e sem esperanças. A triste notícia (dentre várias), é que o criador de uma das séries que marcou a história dos fãs dos antigos seriados japoneses, infelizmente faleceu.
Hiroshi Kakoi foi o animador de Macross II, uma continuação da primeira aventura da franquia: The Super Dimension Fortress Macross.
Macross foi uma série que se desenvolveu de acordo com a história de um triângulo amoroso, durante a primeira guerra alienígena-humana da história. O projeto pode ser considerado um grande clássico, por ter inovações que em 1982, eram quase que uma explosão tecnológica. Com a combinação de Mechas (robôs), batalhas galácticas, romances em tempos de guerra, o famoso personagem (e que futuramente se tornaria ídolo virtual) Lynn Minmay surgiu em todo o seu esplendor.
A passagem da franquia pelo Brasil durou apenas três anos. Inicialmente, o projeto chegou em VHS, pela empresa Sato Company (1990) com o nome de: Macross: A Batalha Final. No ano seguinte, o filme foi dividido em cinco partes, e transmitido pela emissora Rede Manchete. Por volta de 1993, a CNT transmitiu o anime juntamente com clássicos como Pirata do Espaço e Don Drácula.
Com o sucesso absoluto de Macross desde 1982, era inevitável surgir continuações ou séries que viessem a adquirir um projeto com o mesmo nome, ou algo relativo. Seria de certa forma, uma tentativa de saciar o desejo e a saudade de muitos fãs.
O animador Hiroshi Kakoi (conhecido também pelo trabalho com Astro Boy) foi responsável por produzir Macross II, que na opinião de muitos fãs, “será sempre o melhor”. Simplesmente por que foi transmitida ainda na década de 80, porém com ideias e animações bastante futurísticas. A história girava em torno dos anos 2092, com a continuação de guerras apocalípticas entre seres humanos e alienígenas. Vale ressaltar, que se nos tempos de hoje, o anime deixa muita saudade, imagine em 1982 quando a febre estourou. A tecnologia era ainda “limitada”, porém para a época, foi realmente tudo muito fantástico e inovador.
Antigamente (anos 70 e 80), era bastante comum o lançamento de projetos de longa-metragem que conseguiam chamar a atenção do público, contribuindo para que estas pudessem futuramente se transformar em clássicos. O fato é que Macross reuniu tudo isso. Com uma animação mais caprichada, com preocupações musicais, enredo (para construir um belo projeto), o filme de quase 120 minutos cumpriu com louvor o papel de tornar clássica esta saga espacial. É certo afirmar que há muitas variações na história, porém as lutas espaciais conseguiram contornar todos estes problemas. Macross é visto por muitos críticos, como “a série que deveria ser tomada como exemplo para o mundo de hoje”.
Na década de 90 surgia uma polêmica em torno do anime: Ele era muito curto. Foi criado então o Robotech (transmitido na emissora de televisão Rede Globo). Considerada uma parte não muito parecida com o projeto original, Robotech foi apresentado na extinta Sessão Aventura, e toda a parte referente à fase “Macross” foi exibida. O trabalho teve mais críticas do que esperado. Com isso, a série foi perdendo a força, e em 1993, foi transmitida na CNT juntamente com Cavaleiros do Zodíaco, o que tornou fácil a queda da franquia aqui no Brasil.
Simplesmente o anime deixará saudade para todos os fãs e admiradores. O projeto unia elementos que todos apreciavam: Aventura, ação, naves espaciais, robôs e romance. A importância foi tanta, que ele foi considerado uma das obras mais influentes da animação japonesa, ao lado de Patrulha Estelar, Gundam e Neon Genesis Evangelion. Não é por menos, que estas são consideradas os “Ases da Animação Japonesa”.
Fica sempre a pergunta: Por que animes antigos são considerados os melhores, sendo que no mundo de hoje a capacidade e tecnologia utilizada pelo ser humano é bem superior? Simples, o mundo capitalista consome a verdadeira essência da frase “Assistir, gostar e se divertir”.